Sul-mato-grossense Silvânia Costa sagra-se bicampeã paralímpica no salto em distância

Por Redação em 27/08/2021 às 10:14:40

Fotos: Wander Roberto/CPB

Dia histórico para o esporte de Mato Grosso do Sul. Após o ouro inédito de Yeltsin Jacques nos 5.000m da Paraolimpíada de Tóquio-2020, batendo o recorde das Américas, nesta quinta-feira (26), foi a vez de Silvânia Costa de Oliveira brilhar no maior evento paradesportivo do planeta. A três-lagoense confirmou o favoritismo e se tornou bicampeã paraolímpica do salto em distância, na classe T11 (pessoas com deficiência visual).

Assim como na Rio-2016, a medalha veio com emoção. Na edição brasileira dos Jogos Paraolímpicos, a sul-mato-grossense de 34 anos só assegurou o ouro na sexta e última tentativa. Agora na capital japonesa, o lugar mais alto do pódio foi alcançado no quinto salto, ao atingir cinco metros cravados, sua melhor marca na temporada.

Silvânia iniciou a prova queimando as duas primeiras chances. Na terceira, saltou 4,76 metros; na quarta, 4,69 metros e na quinta, enfim, veio a tão esperada marca. Para completar, na sexta e última ela atingiu 4,84 metros. O segundo lugar ficou com Asila Mirzayorova (4,91 metros), do Uzbequistão, e o terceiro com a ucraniana Yuliia Pavlenko (4,86 metros). A outra brasileira na disputa, Lorena Spoladore, finalizou na quarta posição, saltando 4,77 metros.

"Não foi uma prova muito fácil. Foi uma prova que eu entrei e no finalzinho tive muita garra, muita determinação, e ir para cima. Antes mesmo de finalizar a prova já estava comemorando. Eu sabia o tanto que eu tinha batalhado e lutado, o tanto que eu passei para chegar até aqui", relatou Silvânia, em entrevista ao canal SporTV.

A paratleta de Três Lagoas em 2016, no Rio, não tinha ideia de que estava grávida e competiu com três meses de gestação, quando faturou sua primeira medalha de ouro olímpica. Três anos depois, foi punida por doping e ficou fora de competições nos últimos dois anos, incluindo os Jogos Parapan-Americanos de Lima e o Mundial, ambos em 2019.

A pandemia foi outro fator desfavorável à preparação para Tóquio-2020. Ela retornou à rotina de treinamentos regulares apenas nos últimos cinco meses. Em entrevista ao canal esportivo do grupo Globo, que transmite o evento, a sul-mato-grossense desabafou. "Nosso trabalho foi realizado com sucesso. Não foi uma prova fácil, entrei e tive que ir pra cima, com muita garra no último salto. Eu sabia quanto eu tinha batalhado, lutado, tudo o que passei para chegar aqui. Os últimos cinco meses foram muito doloridos".

"Ralei muito para chegar até aqui. Essa medalha vem com sabor de muita garra e superação. Eu tive duas interrupções [no ciclo olímpico]: uma foi o nascimento do meu filho e a outra foi minha suspensão. Dei a volta por cima de tudo", finalizou.

Nem deu muito tempo de comemorar o ouro no salto em distância. Silvânia, logo na sequência, competiu na prova dos 400 metros (classe T11), mas abandonou a segunda classificatória alegando dores na parte posterior da coxa, por conta do esforço físico nos seis saltos. Portanto, ela ficou fora da final da categoria.

Lucas Castro, Fundesporte


Comunicar erro
Anuncie

Comentários

Liziane Matos