MS registrou mais de 8 mil afastamentos do trabalho por saúde mental em 2024

Por Redação em 12/03/2025 às 11:08:17

Mais de 8 mil trabalhadores em Mato Grosso do Sul precisaram se afastar de suas atividades em 2024 devido a transtornos de saúde mental. As principais causas identificadas foram ansiedade e depressão, refletindo uma preocupação crescente com o bem-estar psicológico no ambiente de trabalho.

Ansiedade e depressão lideram afastamentos

Conforme os números analisados, a ansiedade e a depressão foram os fatores predominantes nos afastamentos, seguidos por outros transtornos como síndrome de burnout e estresse ocupacional. Especialistas alertam que a pressão no ambiente de trabalho, a insegurança econômica e a sobrecarga profissional têm contribuído para o aumento dos casos.

A psicóloga e especialista em saúde ocupacional, Mariana Lopes, explica que a deterioração da saúde mental dos trabalhadores está associada a diversos fatores. "O medo do desemprego, a falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal e a cobrança excessiva no trabalho estão impactando diretamente o bem-estar psicológico das pessoas", afirma.

Setores mais afetados

Os afastamentos por transtornos mentais foram registrados em diversos setores, mas se destacam entre os profissionais da saúde, educação e segurança pública. "São profissões que exigem muito emocionalmente e que enfrentam carga de trabalho intensa. O esgotamento psicológico nesses setores é alto", detalha Mariana.

O setor privado também enfrenta desafios. Grandes empresas têm adotado programas de apoio psicológico para tentar reduzir o impacto do estresse e melhorar a qualidade de vida dos funcionários. No entanto, especialistas afirmam que ainda há um longo caminho a percorrer na implementação de políticas eficazes de prevenção.

O que pode ser feito?

Para reduzir o índice de afastamentos por problemas psicológicos, especialistas apontam algumas medidas essenciais:

  • Promoção de um ambiente de trabalho saudável, com redução da carga horária excessiva e melhor distribuição das demandas;

  • Acesso facilitado a atendimento psicológico, incluindo suporte dentro das empresas;

  • Programas de conscientização sobre saúde mental, para combater o estigma em relação aos transtornos psicológicos;

  • Políticas públicas para apoio aos trabalhadores, garantindo direitos e condições mais seguras de trabalho.

A psicóloga Mariana Lopes destaca a importância de empresas e instituições reconhecerem o impacto da saúde mental na produtividade. "Cuidar da saúde psicológica dos funcionários não é apenas uma questão humanitária, mas também econômica, pois reduz absenteísmo e melhora o desempenho organizacional", conclui.

A tendência é que os casos de afastamento por saúde mental continuem em alta, caso não sejam adotadas medidas eficazes para enfrentar o problema.

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Fonte: G1 Ms

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