Em uma tentativa que gerou mais risos do que compreensão, o Banco Central (BC) lançou uma campanha publicitária que deixou muitos brasileiros questionando sua estratégia de comunicação. A peça, que mistura elementos de um hit do verão e referências a novelas dos anos 1990, foi criada para justificar uma medida já revogada pela Receita Federal.
A produção, que parece ignorar o tom e o tempo das discussões sobre economia, apresenta uma narrativa confusa e com trechos de ironia que soaram como deboche para parte da população. No vídeo, personagens dançam ao som de uma música parodiada enquanto discutem de forma teatral o impacto da medida. A referência à novela clássica do horário nobre foi um toque que muitos julgaram deslocado, especialmente em um contexto de sérias incertezas econômicas.
Além do tom controverso, a campanha suscitou críticas pela percepção de que o BC está se alinhando excessivamente ao governo. Analistas apontaram que a tentativa de defesa de uma política fiscal revogada demonstra não apenas descompasso comunicacional, mas também um risco à autonomia institucional da entidade.
"É preocupante ver o Banco Central, uma instituição que deveria se manter técnica e independente, investindo em um material que soa como propaganda política", comentou a economista Júlia Mendes.
A repercussão foi imediata nas redes sociais, onde a campanha foi amplamente ridicularizada. Internautas não pouparam memes e comentários ácidos, classificando o vídeo como "cringe" e "um exemplo perfeito de dinheiro público mal gasto".
Um usuário do Twitter ironizou: "Enquanto o dólar sobe, pelo menos temos um novo meme oficial do Banco Central. Prioridades, né?"
Especialistas em comunicação pública consideram que a peça pode ter gerado um dano à imagem do BC, com potenciais implicações para sua credibilidade diante da população. A percepção de alinhamento político, mesmo que não intencional, pode enfraquecer a confiança em suas ações.
Por enquanto, o Banco Central ainda não se manifestou sobre as críticas à campanha.