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Transição energética não substitui, apenas adiciona energia verde às fósseis

Por Redação em 25/11/2024 às 10:30:54

No debate energético atual é comum afirmar que estamos vivendo uma "transição energética" em que fontes renováveis e limpas substituiriam gradualmente os combustíveis fósseis. Jean-Baptiste Fressoz, historiador francês e autor de More and More and More, chama atenção para uma outra forma de compreender a produção de novas fontes de energia. Ele propõe que, em vez de substituição, estamos testemunhando uma adição de novas fontes ao mix energético existente, criando uma simbiose entre tecnologias antigas e novas.

O historiador francês argumenta que a introdução de uma nova fonte não elimina necessariamente a anterior; ela a complementa, intensificando o consumo energético global em vez de reduzi-lo. Um exemplo é o desenvolvimento da indústria do petróleo que, ao expandir-se, exigiu enormes quantidades de aço para construir oleodutos, plataformas e refinarias.

A produção de aço demandava grandes quantidades de carvão e madeira para alimentar os altos-fornos e processos metalúrgicos. Em vez de reduzir o consumo desses recursos, a indústria petrolífera aumentou a demanda por eles, evidenciando a interdependência entre as fontes energéticas e expondo os limites da ideia de transição como mera substituição de tecnologia

A fabricação de veículos elétricos, por exemplo, requer a extração de minerais como lítio, cobalto e níquel, processos que demandam grande quantidade de energia frequentemente proveniente de combustíveis fósseis

Fonte: Jornal da USP

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